quinta-feira, 15 de julho de 2010

MANIFESTO PELO VOTO CONSCIENTE

Manifesto pelo voto consciente
*por Michel da Silva Alves



Os brasileiros comparecerão às urnas em outubro próximo para escolher um novo Presidente da República, um Governador do Estado, dois Senadores, um Deputado Federal e outro Estadual. Ou seja, a próxima eleição elegerá seis importantes representantes para compor o Poder Executivo, encarregado da administração e do cumprimento das leis, e o Poder Legislativo, criador de leis e fiscal do povo.

O Brasil vive um momento historicamente importante, particularmente na economia mundial e conta com uma posição de liderança crescente na diplomacia e nas relações internacionais.

O momento até parece mágico se levarmos em conta que o Brasil será o responsável pela organização dos dois maiores eventos da era contemporânea, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Como se vê, o Brasil ingressa no século XXI como destaque.

Contudo, toda essa magia quase desaparece quando observamos uma série de problemas sociais, no campo ou nos grandes centros, que perduram há muito tempo sem respostas efetivas dos nossos governantes: falta de moradia, problemas crônicos no transporte, na saúde e na educação, corrupção política, violência entre outros.

Durante as campanhas eleitorais, os candidatos fazem de tudo para chamar a atenção e não poupam esforços em “jogar areia nos olhos” da população, com santinhos, e-mail’s, frases de efeito, jingles etc. É um verdadeiro “bombardeio” de mídia que ilude o eleitor, mascara o candidato e acarreta muitas vezes a escolha errada, elegendo corruptos ou desonestos.

Há aqueles eleitores que ainda aceitam trocar o seu voto por favores pessoais, como um par de muletas, um saco de arroz, tijolos, emprego para parente etc. Na prática, atos individuais e irresponsáveis como esse adquirem contornos gravíssimos, prejudicando a nossa democracia e os destinos de nossa Nação.

Voto consciente

Todo cuidado é pouco na hora de votar. Por isso o seu voto deve ser consciente. Muitos pensam que a coisa pública não de ninguém e pode ser tratada como as pessoas bem entendem. Isso não e verdade e trata-se de um grave erro.

O Brasil é de todos e seu também.

Devemos nos unir para ajudar o nosso País a eleger candidatos que “vistam a nossa camisa” e trabalhem por um País mais justo, digno e melhores condições de vida para a população.

Candidato que oferece dinheiro ou outras benesses ao eleitor, que se utiliza do Estado para fazer campanha, além de não merecer seu voto, deve ser denunciado as autoridades competentes com a apresentação de documentos, fotos, filmagens ou testemunhas. Tais práticas podem ser informadas a Polícia Federal, ao Ministério Público e aos Juízes Eleitorais. Só assim, os candidatos corruptos serão punidos e afastados do poder.

O mau candidato que conquista votos com favores ou dinheiro, se eleito, tentará recuperar o “investimento” com o exercício do cargo, o que implica muitas vezes em atos de corrupção como obras “superfaturadas”, emprego de parentes, utilização dos bens do Estado em beneficio próprio etc.

Promessas

Todo o cidadão tem uma série de direitos: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, o transporte, a previdência social, a proteção a maternidade e a infância e a assistência aos desamparados. E quaisquer promessas que envolvam esses direitos devem ser cobradas.

Sabendo de seus direitos, é importante que o cidadão não encerre sua participação democrática na data da eleição e acompanhe a trajetória do candidato que ajudou a eleger, cobrando a promessas que foram feitas.

Contudo, para se cobrar as promessas, é importante que você conheça o perfil de seu candidato antes da eleição: onde ele mora, quem são seus amigos, a sua formação, se tem a “ficha limpa”, um pouco da sua história de vida etc. Toda informação é válida antes de votar.

Ficha Limpa

Atualmente há um sentimento comum de “moralização” da política. A sociedade cansou de ver tantas manobras imorais que acobertam políticos que usam e abusam do Estado, causando prejuízo para a Nação.

Recentemente, os parlamentares aprovaram um projeto de Lei de iniciativa popular, que contou com 1.600.000 assinaturas, para impedir que pessoas condenadas pela prática de crimes graves por Tribunais, que gerenciaram mal o dinheiro público ou que renunciaram para escapar de cassações, se candidatem a cargos eletivos e saiam pedindo voto e enganando os eleitores.

O avanço foi grande, contudo, quem deve manter a “escória política” longe do Poder é o cidadão que não aceita favores ou benesses, que pesquisa, discute, conhece a história do seu candidato, assiste aos debates e busca o maior número de informações possíveis antes de votar e definir o futuro de todos.

Portanto, “a limpeza da política”, só depende nós. Hoje com a internet, com alguns programas televisivos sérios e bons jornais custando menos de R$ 2,00, não há mais desculpa para se votar em qualquer um ou ser vítima da famosa “boca de urna”, pois a informação existe e está disponível para quem quiser.

A ficha limpa contribuirá para a moralização da política.

Contudo, cabe a nós tomarmos as decisões certas e eleger pessoas comprometidas com “ordem e o progresso” do nosso País.

Vote consciente.

Parafraseando o Presidente Obama, tenho a convicção, que “sim nós podemos”.



MICHEL DA SILVA ALVES
ADVOGADO E PRESIDENTE DA COMISSÃO DE CIDADANIA E “PROJETO OAB VAI À ESCOLA”DA 86ª SUBSEÇÃO DE ITAPECERICA DA SERRA DA SEÇÃO SÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

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